quarta-feira, 4 de junho de 2008

Alguém peca nesta vida??


Estava eu a plantar umas plantas, (não vou dizer quais são senão vou preso), quando levo com uma pedra pelos cornos. Olhei para o lado e vi um amigo meu a atirar pedras a um cão (não sei porque deve ter-me confundido).

“Olha lá… essa merda dói!”

“Ahh… desculpa… foi sem querer…”

“ Se foi sem querer, vai lá à tua vida que estás desculpado” disse eu.”

Este episódio levou-me a pensar no apedrejamento em massa que fizeram a Maria Madalena… a sorte dela é que tinha um “jazuz”. E assim sou obrigado pela moral e pelos bons costumes contar aqui o que realmente aconteceu… quem ainda não percebeu, a Bíblia é uma história de ficção… eu ao longo dos anos ganhei um pouco de rigor histórico que me dá liberdade de revelar os verdadeiros acontecimentos. Então cá vai…

“Jazuz” saía da casa de alterne, preferida, pela manhã (como fazia todos os dias). Assobiava de contente com um rasgado sorriso nos lábios, como um puto a quem oferecem um chupa. Quando se depara com uma multidão e uma barulheira infernal. Aproximou-se para ver melhor. Era só a multidão que praticava tiro ao alvo com uma jovem… em cada 3 pedras atiradas, uma acertava e ela lá largava um gemido… “foda-se”

“Jazuz” não gostou do que viu… atirar pedras ainda vá que não vá… mas dizer palavrões é que não… e resolveu acabar com a festa.

“Alto e para o baile. Mas o que vem a ser isto? Porque está esta pobre mulher a servir de alvo para as vossas disfunções erécteis?”

“Ela é puta e anda a trair-me com o meu homem.” Gritou uma velha lá do fundo."

“Épa… 1º afinal quem te anda a trair? Ela ou o teu homem? Já não percebo nada… com estas novas leis do divorcio o melhor que tens a fazer é divorciar-te dela… ou dele (?) já nem sei. 2º Ela não é puta, isso afirmo eu, eu conheço todas as casas de alterne da região e nunca a vi lá.”

“Desculpe senhor, eu atendo ao domicílio, por conta própria.” disse Maria entre dentes (isto não é uma expressão, foi mesmo entre dentes que uma das pedradas acertou em cheio)

“Jazuz” olhou bem para Maria, e reparou que por detrás dos hematomas e do sangue… e talvez com uns retoques aqui e uns peelings ali, a gaja ate era gira e resolveu acabar com a brincadeira. Abaixou-se e desenhou uma linha no chão, com o dedo. (a linha estava torta mas ninguém reparou… já diz o velho ditado que Deus escreve direito por linhas tortas… pronto, já descobriram que é que desenhava as linhas)

“Quem nunca pecou que atire a 1ª pedra!!” gritou.

Fez-se silencio, ninguém abriu a boca… a não ser “jazuz” quando disse um “foda-se” por levar com uma pedrada em cheio… e mais uma… e outra… e mais outra… olhou para traz para ver quem lhe estava a atirar pedradas aos cornos… lá conseguiu abrir os olhos depois de levar com 12 pedras em cheio… e reparou que quem as atirou eram os Apóstolos.

“Nos nunca pecamos como tu ensinaste, por isso agora não te queixes” gritou Judas

“Ide para vossas casas que a rambóia acabou por hoje, vááá toca a dispersar que isto não é um circo.”

A multidão desapareceu e Maria aproveitou para rastejar até junto do seu salvador. Beijou-lhe os pés num acto de agradecimento, cuspiu pó e brita e pensou… “e lavar esses pés, não? badalhoco.”

“Obrigado “Jazuz”, obrigado por me salvares destas horríveis pessoas que não compreende que uma mulher tem de ganhar a vida” disse Maria.

“Jazuz” olhou para ela com compaixão.

“Olha lá… vamos fuder??”